sábado, 25 de dezembro de 2010

Eu vi

E segui. Ali, por aquela rua esburacada, entre aquelas casas despedaçadas, por entre aqueles homens à míngua. E vi os sorrisos florindo como água pura jorrando da nascente cristalina.

Esqueci que o natal tem representado hoje para muitos apenas uma data de consumismo insano e irresponsável, focado simplesmente no ter e não mais no ser. Esqueci de que o grande dilema shakespereano tem adotado outra vertente filosófica: O “ter ou não ter, eis a questão”.

Olvidei da máquina publicitária massacrante espalhando seus tentáculos por todo o planeta, incitando as populações às compras e ao endividamento a qualquer custo. Adultos, adolescentes e crianças, embecilizados pela propaganda maciça, como acometidos por uma hipnose coletiva, aonde o espírito natalino não se atreve a passar por perto. A desmensurada compra de presentes da estação substituindo intensivamente o nascimento do Deus-Menino e toda a simbologia acumulada ao longo dos séculos pelos seguidores do cristianismo.

É natal, mais uma vez. E desta vez eu vi a esperança da periferia. O ressurgir da alegria pelo abraço trocado. Percebi a importância de se estar presente pelo simples prazer de se estar. Senti o abraço da fraternidade; o beijo da verdade.

Eu vi um natal onde fé e esperança são o principal fundamento. Eu vi a felicidade triunfar. Vi a alegria sorrir. Eu vi o natal acontecer e o verdadeiro Papai Noel chegar. E ficar.

Um comentário:

Leo disse...

Eu vi e vivi o natal, dele te trago um abraço!!

E beijo...