quinta-feira, 31 de março de 2011

Os lençóis são como brasa viva e a noite teima insone na cama inerte. o desassossego da pele chega às vísceras e o corpo todo se insurge na lei da gravidade interrompida. o ar vasculha veias secas. o tempo se esvai - hesita e irrompe o mar numa espécie de seca seiva em coágulos de auroras. o corpo se recusa uma estrada noturna que atravessa sem destino uma garoa fina acalma estrelas transtornadas minhas. o corpo se recusa e o fim é um horizonte esperado. faz frio e a madrugada é um bálsamo chamuscado de ontens. faz frio na morte que chega calma. no colo negro mãos amenas e frescores de manhã.

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