quarta-feira, 15 de junho de 2016

Nó na Garganta

Sentia um misto de calor, cansaço e desânimo hoje quando cheguei à casa de um José, a última de uma sequência de visitas na zona rural sob um sol escaldante. 57 anos, 9 filhos, 5 deles menores e em casa, além da mulher, mãe de 8, sua "segunda companheira para a vida toda".
Não tem "casa de tijolo", energia elétrica, água encanada, fogão a gás, nem salário, nem conhece as comodidades "desse povo da cidade". Sequer assina o próprio nome, "os menino tão estudano, mas esse povo daqueles tempo que eu nasci não se preocupava com isso não. ..".
... E "no assunto de meio de vida" lhe perguntei se tinha bolsa família...
- Precisa não, dona. Nós aqui tem aquela rocinha de feijão, o garapé onde inda tira uns peixinho e as 6 cabra que dá leite. Deixa pros mais pobrezim que precisa mais...
Horas depois saí de lá... nem sentia mais tanto calor, nem cansaço, nem desânimo... e pra desfazer o nó da garganta só me restou secar os olhos...e agradecer!

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