quinta-feira, 4 de março de 2010

A hora do sim

Chegou a hora. Fim de tarde quente. Branca a veste, branca a alma, suor frio. Ofegante, passos firmes, adentra ao templo onde ele a espera. Lindo, mãos sobrepostas sobre terno escuro. Um sorriso largo a recebe das mãos paternas, sob aplausos e bons votos. Assinatura em livro preto. E disse sim. Inteiro. De corpo e alma, desejos, dedicação, futuro. Pra ser assim... pra eternidade.

A hora chegou. Manhã fria e longa. Veste negra. Alma sem cor. Adentra a sala onde ele já espera. Lindo. Olhou-o inerte. Indiferente. Mãos impávidas. Riso irônico a vislumbrou. Mordaz. Cinismo incontido. Assinatura fria em papel branco. Verbo adeus. Mais uma vez disse sim. E se foi. Pra ser assim... pra eternidade.

Um comentário:

Leo disse...

Se tu somes, eu venho te buscar
ah, nao vai escapar, há muita poesia e beleza em ti.

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