segunda-feira, 14 de junho de 2010

Palmatória


Mergulhar nas vísceras de tudo
respirar a desordem que há nelas
derrubar a fachada dos templos
onde a ordem se repete impura. Nua.
onde o fruto é o império da razão. Puída.
- poluída
longe do tanto que quero e digo ser
- tonta
e do que penso e renego ter
- abster
recalco e calco todos os percalços
domo e desordeno tua ordem
sublimo a desordem
tomo a vida em uma das mãos
- fechada.
escancaro a outra em quatro dedos
tempo que foge. Chão que se fende

sol a pino. Menino. Ida sem destino

agarrar-se a um instante sem futuro. Brilhante impuro
presente sem história. Tempo sem memória
mostro minhas mãos e faço cada hora.
palmatória.

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