quarta-feira, 24 de junho de 2009

Pela vitima

Eu?
Eu sou aquele que deixaste ao chão
Alma ferida, pele em chamas
O corpo sangrando
Sangue queimando entranhas
O pavor de ter meus ossos espalhados pelo caminho
O terror espalhado nas faces
Minha vida por um fio...
A lembrança acelerada do que fiz
A saudade antecipada do que não fiz
Mais vida! Não quero morrer!!!
Iça-me o frenesi do fim rejeitado
Sinto-me ir...
Agora tudo é silencio em mim
A própria via se esvaindo, sumindo...
Num espiral de águas turvas e flutuantes
Meu último instante é minguante
Peço paz, peço luz... Um ancoradouro
Um porto para tudo que sonhei
Não importa se há ondas revoltas
Não importa se quebrarei correntes
Sanearei mentes e plantarei sementes!
Só quero respirar um último momento...
Mas minha esperança dilui-se em espumas
Espumas desmanchadas em esperança
Por mais um dia
Por mais um tempo
Só mais um pouquinho de mundo
Onde não sofra, nem chore
Onde a mim e a ti
Onde ao meu e ao teu filho
Ninguém queira lesar ou matar!
Quanto tempo?

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