sexta-feira, 26 de junho de 2009

Aos que já morreram

Nada mais me importa a vida
Que vida?
Cansei de jogo, de novelas e peripécias!
Cansei de rir. De clamar. De sonhar
Vender balas nos sinais?
Pra que? Nunca mais!
Cansei! Cansei de tudo. Cansei de ti!
De ti que me chama de pivete
Que me manda parar de pedir
Mas clama ao diabo e dá a alma todo dia
Cansei mesmo de ti!
Que me manda calar e nem me vê
Que ignora o meu pedir
Mas não para de rogar a Deus
Mais um carro! Uma viagem! Mais aumento! Uma casa!
Cansei da vida. Cansei do tempo. E de esperança.
Isso nada importa pra ti
Nem vai importar pra tua vida
Cansei de dar mais um tempinho
De esperar mais um pouquinho
De pedir uma mãozinha, um`ajudinha

Busquei. Pedi. Orei. Perdi. Matei
Matei. Matei por nada

Não posso mais com o teu deus
Teu deus da ambição e da ganância
Teu deus do egoísmo
Teu deus da intolerância
Estou aqui e nem sinto este inferno
Preso em algemas, crime e castigo, pena sem perdão
Sem pedaço, sem ação, sem oração
Subordinado, podado, mutilado, revoltado
Não me houve dileção
Te pus na cova. Sete palmos de chão
És morto! Sem retorno!
Não mudará este destino, do caixão
Da traição, te deixo dor, da covardia herdas aflição
Reputação e mutação, má sensação, repetição:
Do mesmo, só do mesmo, sempre o mesmo
Não é mesmo?
Não é? Mesmo!

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