quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Desesperança

Sob o sol te escondeste
desapareceste
te busquei na sombra
sobre o chão da rua
sob a luz da lua
te encontrei na sorte
te perdi na vida
encontrarei teu norte
te acharei na morte
pra dizer da labuta
que apesar da luta
nossa terra está nua
derrubaram nossos cocais
envenenaram nossas águas
incendiaram nossas casas
destruíram nossas plantações
invadiram os povoados
humilharam nossos povos
corromperam nossos pais
violaram nossos irmãos
torturaram nossos filhos
arrancaram a língua dos inválidos
as orelhas dos nossos vizinhos
assassinaram nossos mortos
mutilaram nossos corpos
alienaram nossas mentes
incendiaram a cruz que erguemos
marcaram com fogo e sangue
a terra que trabalhamos
aniquilaram a raiz da esperança
de paz e glória
em sinal de nossa memória
abortaram nossa história
que fazer agora
que já foste embora?
quem cuidará dos desvalidos?
quem emprestará sua voz
e guiará os oprimidos?
quem velará por nós
agora que de ti
ficamos sós?

Um comentário:

Leo disse...

POis é, ficamos sós,
desesperados,
sem cocais...
só temos um ao outro
pra compartilhar
os sonhos,
a esperança,
dar as mãos,
reconstruir...

eu sei, é dificil
é dificil, por isso
venho colher um
pouco de poesia
aqui, encher-me
de afeto e
distribuir
por aí.