Vitima da alternância de regimes e formas de governo, massacrada por sucessivos governantes ilegítimos e intervenções, inclusive internacionais, espoliada pela corrupção, soterrada pela miséria e por toneladas de escombros, a brava população do Haiti amarga mais uma catástrofe de grandes proporções.
Não há como se passar ao lume de tamanho sofrimento; é inevitável mergulhar no absurdo vivenciado por esse povo e ombrearmo-nos com ele, cada um como puder, solidariamente, através de ações ou moção de energias em prol do que existir de melhor para cada integrante daquela Nação.
Mas não olvidemos de que aqui, em nosso próprio País, maravilhosamente esquecido por tão grandes catástrofes naturais, pertinho de nós, existe uma multidão também vitimada pelos barrancos da corrupção, pelas tempestades do egoísmo, pelos cataclismos da ganância e da intolerância, pelos dilúvios da seca, pelas intempéries da miséria, pelos desmoronamentos de palafitas, pela escassez de justiça, pelas inundações de casebres, pelos deslizamentos de morros, pelos solavancos da fome...
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