sábado, 30 de janeiro de 2010

Cadáveres quentes

Gritos ecoam aos quatro cantos
o desespero pede socorro
busca ouvidos que se importem
consciências responsáveis
aos ventos ressoam os ecos
envolvem todos os tímpanos
mas a resposta está surda
vestido do próprio ego
o homem está mudo
vedado aos apelos da agonia
cria seu próprio mundo
isola-se na sua própria imagem
inerte em frente ao espelho
manipula seu próprio ser
vicia seus sentidos
engana a si mesmo
olvida o próximo
diante das chamas
ignora o fogo e o sangue
tripudia sobre a dor
sobre cadáveres quentes
tornou-se vil demente
menospreza o seu lado humano
sufoca sua consciência
até que o dispa a morte
seu íntimo diante das sombras
o exclua de todas as máscaras
lembrará que foi quem bem quis
além de ser seu algoz
será seu próprio juiz

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