domingo, 31 de janeiro de 2010

Revelações

Andei fora da estrada
me perdi
percorri desertos
sem ninguém por perto
desanimei e cansei
inverti a minha direção
infringi e feri
lágrimas fiz verter
me revoltei e briguei
confundi lições com castigo
esqueci o batismo
fechei meus olhos
me escondi da luz
vi pedras no caminho
ignorei
tropecei e lamentei
caí e despedacei
levantei
recolhi meus cacos
colei cada pedaço
juntei meus trapos
desviei meu rumo
persegui atalhos
me recriei
aprendi a sorrir
como criança livre
finquei pé na esperança
me fiz promessas
rasguei verbos de intolerância
reguei sementes de harmonia
realizei muitos sonhos
alguns dos meus
continuei e segui
cada dia de uma vez
dei guarida e liberdade
distribuí baldes de alegria
plantei brotos da concórdia
semeei verdades em versos simples
colhi centelhas de paz

Um comentário:

Popó disse...

dizem que um poeta quando escreve, toca a alma, o coração... e é exatamente isso que eu sinto qndo leio seus poemas. A minha alma tocada com lindas palavras que às vezes parecem traduzir o que se passa em meu coração, assim como este. bjos e saudades.