sábado, 16 de maio de 2009

Maranhão

Sou do Maranhão, deste lindo Maranhão!
do norte dos lençóis, do sul das cachoeiras
do norte de alagados, do sul dos cerrados
de um ponto a qualquer outro, tanta beleza a mais não ter
aqui é o meio-norte, onde está o meu torrão
Estado de muita praia, de muito sol e de pouco pão

O Maranhão das palmeiras, das jangadas e das quebradeiras
o povo é de boa-fé, de acolhida, de bom papo e mansidão.
onde os pássaros não mais gorjeiam, nem mais canta o sabiá
tamanho é o sofrimento, quão grande é a devastação
nem de andorinha, nem de rouxinol se houve o canto
de tanto estrago e calamidade, enorme é a consternação

Assim é minha terra, q`inda é linda e sobranceira
entre risos desmedidos e lágrimas renitentes
dos fortes e abastados; dos fracos e desvalidos
de ricas mesas concorridas e de escassez total de pão

Meu Maranhão de povo bravo,
dos sem teto, dos sem voz, dos sem terra e dos sem vez
dos que se acomodam e dos que se aproveitam
de tanta corrupção, de tanta fome e sordidez
de muito que o poder fala o pobre só se cala

Nem saúde, nem pão, nem guarida, nem feijão, muito menos educação
onde a voz do Zé e do João, dos Márcios e Montelos só não bastam
pra se fazer ouvir, dos casebres aos jardins, bem mais gritos hão de vir
onde estão?

2 comentários:

Popó disse...

Os gritos devem estar abafados nos egos dos que tem medo de se expor, de se indispor, medo de estar sendo contra, contra os que mandam, contra os que governam, para não saírem de suas confortáveis posições... medo de defenderem a pobreza, a miséria, de defender a educação... medo de se importar com os que sofrem e de lugar para que tenhamos cidadãos mais instruídos, mais esclarecidos, mais conscientes de que podemos e devemos sempre buscar melhorar...e crescer...

MJCorrea disse...

Obrigada por engrossar a fileira dos que se insurgem.
Abraços.