quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Águas

Lágrimas delineiam a face
escorregam ao chão em cachoeira
nuvem negra escurecendo o dia
gotejando fogo contra a pele
daquele que não vê
ou vê e faz muxoxo
um rio roxo
podre
malcheiroso
malfeito
água com defeito
sem peixe
sem alga
lama suja rumo ao mar
vida que morreu
oxigênio infectado
aedes asfixiado
meningite não aguenta
coliformes se arrebentam
vermes comemoram
água pura que se foi
lodo imundo que ficou
nas cisternas bem profundas
que os humanos construíram
pra guardar águas devassas
que as nuvens expeliram
vão deixar todos à míngua
seus pulmões vão repelindo
e seus corpos destruindo
de sede o homem se esvai
como a água pura que jorrou
e se foi

Um comentário:

aventurismo-ma disse...

como é lindo falar com tanta propriedade desse lugar magico.PARABENS!!!
SUPER BJO
NILTON